4/5 ★ – monteiroo's review of Undertale.

Melancolia. Como (quase) todo jogo indie eu gostei bastante. Escolhi fazer a rota pacifista e depois peguei a verdadeira rota pacifista. O jogo me disse que foram 382min de gameplay(umas 6h e 30min). Queria dizer logo que amei os gráficos mas odiei não ter tradução oficial. "Você acha que até a pior pessoa pode mudar? O que todos podem mudar se tentarem?" Acho que não conseguiria escolher outra rota pra zerar que não essa, apesar de, as vezes, ser difícil demais lutar pelo amor ao invés do ódio, ainda mais quando somos humanos e vemos erros a todo tempo. Falando em erros, eu acho que o jogo deveria ter mostrado mais os monstros livres do subsolo como uma conquista gerada por todos e não como se fosse uma vitória que foi só graças a Frisk pois era uma luta muito maior (obviamente ela foi muito importante, não estou desmerecendo). Acho muito legal como colocaram mecânicas únicas em cada monstro na qual você tem que explorar para entender como perdoá-los. As vezes queria que a vida real fosse um lugar em que as pessoas pudessem ser perdoadas assim, mas tem atitudes que não tem volta e erros difíceis demais de serem aceitos. Não quero me aprofundar muito nessa questão de escolher machucar ou não os outros (que é uma discussão realmente bem complexa) pois tem algo que gostei mais nessa aventura toda e essa coisa foi o que o personagem Asriel me fez sentir. Antes de falar das emoções eu queria dizer que a tela da boss fight dele me lembra MUITO Madoka o que já me fez gostar do que eu estava vendo de início. Essa estética é mto irada. (Agora indo pra parte sentimental) Ele literalmente sente a definição de "Slipping through my fingers all the time i try to capture every minute the feeling in it" "Sometimes I wish that I could freeze the picture and save it from the funny tricks of time'' o que me faz sentir uma conexão enorme com esse personagem já que essa parte da música do ABBA mexe *muito* comigo. Você passa por tudo que passou, momentos ruins e bons com quem estava ao seu redor e vê tudo isso sempre mudando, indo e é horrível. Um dia você vai estar olhando para o céu pensando em todos os momentos bons, em quem está ao seu lado e já esteve e essa sensação, que é boa, é tão dolorida. Esse personagem entende isso. Cada momento feliz, cada laço que você faz é para deixar ir, para se transformar e seu peito grita te dizendo que não quer mais uma vez sentir isso, você não quer virar de costas e caminhar mas é inevitável. É uma dor que vem do peito e percorre por todo seu corpo, cada centímetro, a dor de estar vivo, a dor de amar. É uma dor que é boa e uma sensação boa que dói, complexo de mais para ser colocado em palavras eu diria. Acho que ver um pouco dessa sensação em uma arte na minha frente foi uma das coisas que mais me fez conectar com a obra. Queria terminar dizendo que as músicas são muito boas e minha preferia é Hope and Dreams (no teclado), recomendo muito. (Menção honrosa a música Death by Glamour) "Apesar de tudo...ainda continua sendo você"